A inflação não será a única vilã do bolso dos contribuintes em 2016.
Com perdas na arrecadação, o governo federal e a maior parte dos estados
e capitais elevaram seus principais tributos, de acordo com
levantamento realizado pelo G1.
A pesquisa considerou apenas as elevações de alíquotas – o percentual
usado para calcular quanto o contribuinte vai pagar de imposto sobre o
valor, em reais, de determinado produto, serviço ou bem.
Ficaram de fora altas que refletem apenas os efeitos da inflação sobre
os preços de produtos ou serviços – uma tributação de 10% sobre um
produto, por exemplo, que custava R$ 100 há um ano, levaria então R$ 10
aos cofres do governo. Esse mesmo produto, custando R$ 110, pagaria
agora R$ 11 em impostos, sem alteração na alíquota.
No caso de impostos sobre bens, como IPVA
(incidente sobre veículos) e IPTU (sobre os imóveis), em muitos casos
não houve alteração nas alíquotas, mas, com a correção do valor desses
bens (pela inflação ou por desvalorização), o valor final dos impostos
sofreu variações.
Principais tributos
A alíquota do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), por exemplo, aumentou em 20 estados, além do Distrito Federal. O tributo, estadual, é um dos que mais pesam e incide sobre produtos e serviços considerados essenciais, como telefonia e telecomunicações, e também os supérfluos, como cosméticos, bebidas alcoólicas e cigarro.
A alíquota do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), por exemplo, aumentou em 20 estados, além do Distrito Federal. O tributo, estadual, é um dos que mais pesam e incide sobre produtos e serviços considerados essenciais, como telefonia e telecomunicações, e também os supérfluos, como cosméticos, bebidas alcoólicas e cigarro.
Outra cobrança que ficou mais cara foi o Imposto sobre Propriedade de
Veículos Automotores (IPVA). Ele subiu em 12 estados, mais a capital
federal.
Já o imposto sobre herança e doações – conhecido em vários estados como ITCMD – aumentou em 10 estados e no Distrito Federal.
Grande parte dos municípios não elevou a cobrança do IPTU (Imposto
Predial e Territorial Urbano), que incide sobre bens como imóveis e
terrenos, mas reajustou a alíquota pelos índices de inflação de 2015,
que ficaram em torno de 10%.
Enquanto isso, o governo federal conseguiu elevar o IPI (Imposto sobre
Produtos Industrializados) de bebidas e eletrônicos e acabar com a
isenção do Imposto de Renda em remessas ao exterior de até R$ 20 mil
este ano.
Tenta ainda recriar a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentações
Financeiras, que ficou conhecido como "imposto do cheque") e aumentar
as alíquotas do Imposto de Renda e dos tributos sobre produtos
industrializados.
"Houve um aumento generalizado", avalia o presidente-executivo do IBPT
(Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), João Eloi Olenike. De
todos os impostos, o ICMS é um dos que terão maior impacto no bolso do
brasileiro, afirma.
“O ICMS movimenta valores muito altos e é cobrado sobre tudo o que se
consome e não tem como escapar. Quem paga mais é o consumidor final, e o
imposto tem um efeito cascata que tributa toda a cadeia produtiva”,
explica Olenike.
Para ele, todos esses aumentos serão repassados de forma indireta para o
consumidor. “Vai ter impacto na inflação. As empresas vão repassar os
custos nos preços de seus produtos e serviços”, diz o tributarista.
O presidente-executivo do IBPT explica que a lei obriga os estados a
priorizar o aumento de impostos sobre produtos e serviços considerados
mais supérfluos – como itens de luxo ou os prejudiciais à saúde. Mas em
estados como Minas Gerais, houve aumento sobre a energia elétrica e serviços de telecomunicações, considerados essenciais.
G1
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