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quinta-feira, 24 de março de 2016

Dono de uma imobiliária com endereço em Ilhéus entra na mira da PF e Lava Jato

No radar da PF
A partir de informações fornecidas pela secretária-bomba Maria Lúcia Tavares, a Lava Jato deu uma batida ontem na sede da ONG Centro de Apoio e Solidariedade da Bahia (Cenasb), situada em um edifício comercial no Itaigara. A instituição - que diz atuar no repasse de medicamentos de uso contínuo a preço de custo – entrou na mira dos investigadores da Polícia Federal após a devassa feita na casa da secretária em 22 de fevereiro, durante a Operação Acarajé.
Na ocasião, os agentes da PF recolheram planilhas com nomes, valores e locais das entregas de propina em dinheiro vivo. Um dos documentos traz como destinatário “Luiz Roque”, junto a referências sobre oito remessas de maio a setembro de 2015, no total de R$ 850 mil.
Ao aprofundar a apuração, a PF descobriu se tratar de Luiz Roque Silva Alves, que consta no quadro de sócios e administradores da ONG, cujo endereço - Empresarial Toryba, sala 503, Itaigara – também é o mesmo informado na planilha. Em delação, Maria Lúcia confirmou o repasse para o dirigente da Cenasb, mas garantiu não saber o motivo. Para atar as pontas, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão no escritório da entidade e de condução coercitiva contra Luiz Roque.
Muito além da coincidência
Outro detalhe descoberto pela Lava Jato confirma as ligações entre a ONG e o setor responsável pela operacionalização de propina que, segundo a PF, foi montado pela Odebrecht. Um dos presos ontem pela Operação Xepa em Salvador, Isaias Ubiraci Chaves Santos, investigado por suspeita de envolvimento na confecção de planilhas e requisições para pagamentos ilegais em dinheiro,  é dono de uma imobiliária com endereço em Ilhéus, no Sul da Bahia. Contudo, o telefone informado pela empresa no cadastro do CNPJ junto à Receita Federal é idêntico ao da Cenasb, assim como o endereço eletrônico.

Ponta de novelo
Como adiantado pela Satélite em 12 de março, a força-tarefa da Lava Jato confirmou ontem a descoberta, em Salvador, do mais forte elo entre o marqueteiro João Santana e o caixa dois para a campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014. Outra planilha descoberta pela PF na casa da secretária-bomba lista pagamentos feitos no Brasil para Santana e sua mulher, Mônica Moura, que totalizam R$ 22,5 milhões.
Sob suspeita
Os repasses foram realizados, de acordo com o documento apreendido, de 30 de outubro de 2014, logo após o segundo turno eleitoral, a 22 de maio do ano passado. Em despacho da nova fase da Lava Jato, o juiz Sérgio Moro ressalta que  “esses pagamentos subreptícios”  não têm causa explicada e podem, pelo tipo de trabalho desenvolvido por João Santana e Mônica Moura, “ter afetado a lisura do sistema político partidário”.
Há 13 anos firmamos uma oposição plena a esse projeto de poder. Hoje, nós colhemos o fruto de nossa coerência José Carlos Aleluia, deputado federal do DEM da Bahia, ao comemorar ontem, pelo Twitter, o ingresso de mais sete parlamentares na bancada do partido na Câmara.
Cabelo em pé
Não foi só o Planalto que entrou em estado de tensão máxima após a Odebrecht confirmar as tratativas para firmar acordo de delação premiada. Horas antes do anúncio oficial da empreiteira ganhar destaque na imprensa, a cúpula do Palácio de Ondina já havia sido informado sobre a decisão e o impacto dela sobre o cenário político.
Buraco negro
Em conversas reservadas, cardeais da base aliada aos petistas no estado acham que, se a empreiteira abrir toda a caixa preta para o Ministério Público Federal, os efeitos negativos sobre o alto escalão do governo da Bahia só serão menores que os danos ao ex-presidente Lula e à presidente Dilma. Sobretudo, se doações ocultas forem reveladas.

Correio 24h

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