Batman vs Superman: A Origem da Justiça.
As previsões agourentas passaram perto da realidade. Affleck é um bom
ator e faz o que pode para vestir a carapuça do herói, agora um
quarentão quase aposentado. Mas é difícil engolir o personagem
repaginado após o primoroso trabalho de Christian Bale, o mais recente a
interpretar o homem-morcego em três ótimos filmes. A sorte de Affleck
(ou do novo Batman) é que ele não chega ao cinema sozinho.
A nova produção da DC Comics traz um pacotão de super-heróis e alguns
vilões para narrar a rixa entre os dois personagens carros-chefes da
editora de quadrinhos. O roteiro transita entre ação e drama. Enquanto
algumas cenas são confusas, outras são estimulantes e bastante ousadas. O
resultado é satisfatório e promete deixar os fãs, até então
ressabiados, contentes.
O diretor Zack Snyder, o mesmo do longa inicial O Homem de Aço
(2013), mostra que está mais solto na direção das tramas da DC. Ele
lança mão de recursos estéticos para separar o trio principal. Em um
lado está Bruce Wayne, o Batman, mais sombrio, com cenas frias e uma
fotografia acinzentada. Para compor a lacuna da história do personagem,
rápidos flashbacks narram o que todos já sabem. Wayne perdeu os pais
ainda na infância para um criminoso de rua, em um ato infundado de
violência. Já Superman (Henry Cavill) dá continuidade ao filme anterior,
com um clima mais quente e em tom épico. Ele vive sua dupla jornada de
jornalista e herói, enquanto acompanha de perto as peripécias da
namorada aventureira Lois Lane (Amy Adams). O triângulo se fecha com a
trama de Lex Luthor (Jesse Eisenberg), que encarna um momento mais
cômico, como o vilão psicopata com falas nonsense e cabelo rebelde.
Entre os três, permeia a bela e misteriosa Diana Prince, ou
Mulher-Maravilha (Gal Gadot).