A OMS-Organização Mundial da Saúde
promove hoje uma mobilização global visando o combate à tuberculose, na
data mundial consagrada ao combate à enfermidade. Segundo a OMS, o
Brasil ocupa a 18ª posição entre os 22 países que detêm os piores
índices da doença, com aproximadamente 70 mil casos novos e cerca de
quatro mil mortes por ano. Salvador é a 3ª capital em número de casos da
patologia, com uma média de duas mil novas notificações a cada ano. A
Bahia é o 3º estado com maior número de registros no país e o primeiro
no Nordeste.
Em 2014, foram notificados 4.900 casos novos de adoecimento e 351
óbitos por tuberculose, significando uma taxa de incidência de 33 casos
por 100 mil habitantes, e de mortalidade, com 2,3 casos por 100 mil
habitantes. O IBIT-Instituto Baiano de Investigação da Tuberculose -
referência internacional sobre a enfermidade, notificou no ano passado
236 pacientes em Salvador, número que corresponde a 11% dos casos do
município, com índice de cura de 87,7% e 3% de abandono do tratamento,
índice superior ao exigido pela OMS.
Para alertar a população sobre a importância da realização do exame
para detecção precoce do agravo, a Secretaria Municipal da Saúde promove
durante essa semana uma série de atividades em alusão à data mundial
nos postos da rede. Segundo Sandra Pereira, coordenadora do Programa
Municipal de Combate à Tuberculose, “realizaremos a busca ativa de
pessoas com sintomas respiratórios nas comunidades, além de ações
educativas nas unidades básicas a fim de encaminhar de imediato o maior
número de pacientes acometidos pela patologia para iniciar o
tratamento”. Conforme a coordenadora, “as unidades básicas estão aptas
para o acompanhamento integral dos acometidos pela doença, por uma
equipe multidisciplinar, num tratamento totalmente gratuito que dura
seis meses, em média”.
Visando “detectar, diagnosticar e curar, prevenindo a
drogarresistência”, a Sesab também assinala hoje o dia consagrado ao
combate à endemia com uma série de atividades, por meio do PCT-Programa
de Controle da Tuberculose, em conjunto com entidades parceiras, como o
IBIT, Fiocruz, Instituto de Saúde Coletiva da UFBA e Obras Sociais Irmã
Dulce. Segundo a coordenadora do PCT, Rosângela Palheta, “a data é um
estímulo à mobilização mundial, nacional, estadual e municipal para a
realização de ações que deem visibilidade ao problema da tuberculose”.
Entre as atividades previstas estão palestras no IBIT, que acontecem
desde segunda-feira e serão concluídas hoje. Ontem, houve uma Sessão
Científica Especial no auditório da instituição, sob o tema “Teste
Rápido Molecular no diagnóstico da tuberculose: impactos e novas
perspectivas”. O teste de alta precisão apresentado é capaz de detectar a
doença em até duas horas, enquanto o exame usado até hoje pode demorar
mais de um mês para dar o resultado e sob maior margem de erro. Na
segunda-feira, 28, às 14 horas, na Assembleia Legislativa da Bahia,
acontece debate sobre o tema “Em tempo de Zika, a tuberculose fica” e,
na quarta-feira, 30, também às 14 horas, no auditório do ISC-Instituto
de Saúde Coletiva, da UFBA, acontece o seminário “Tuberculose: o que há
de novo?”, enfocando questões como tuberculose e diabetes, tuberculose
na infância, tecnologias da informação e da comunicação no controle da
doença.
O cenário epidemiológico da tuberculose na Bahia não apresenta
mudanças significativas, dada a existência de bolsões de pobreza em
todas as regiões do estado, fator determinante para a ocorrência
da patologia. Apesar disso, observa-se redução no número de casos e na
taxa de incidência a cada ano, conforme situação também notada nos dados
de âmbito nacional. Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia
permanecem com o maior número de casos, representando 44,5% do total de
casos novos do Brasil em 2013. Comparando com os demais estados do
Nordeste, a Bahia contribuiu com 24,8% dos casos novos em 2013, ocupando
o 1º lugar na região.
Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia permanecem
com o maior número de casos, representando 44,5% do total de casos novos
do Brasil em 2013. Comparando com os demais estados do Nordeste, a
Bahia contribuiu com 24,8% dos casos novos em 2013, ocupando o 1º lugar
na região. No Brasil, entre as populações mais vulneráveis estão pessoas
em situação de rua, as privadas de liberdade, indígenas e as
contaminadas por HIV.
IG
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