Depois de quase 140 dias de greve, os médicos peritos do Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS) voltaram ao trabalho nesta
segunda-feira (25), mas seguem em "estado de greve", segundo a
associação nacional da categoria. A entidade informa que será retomado
apenas o atendimento àqueles que ainda não se submeteram à perícia
médica inicial.
Em nota divulgada na semana passada, a
Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP) afirmou que a categoria
permaneceria em estado de greve, o que significa que será mantido apenas
o atendimento essencial, com prioridade para quem vai fazer a primeira
perícia para dar entrada a algum tipo de benefício.
"Novas paralisações no futuro não estão descartadas. Esperamos que com
essa atitude de distensionamento, o governo saia da trincheira em que se
colocou e volte a negociar com a categoria", afirmou o comunicado.
O INSS informou que o retorno dos peritos ao trabalho "permitirá ao
Instituto envidar esforços para uma rápida e completa regularização do
atendimento à população, reduzindo o tempo de espera pela perícia médica
e agilizando a conclusão dos processos represados".
Segundo o órgão, "em boa parte das unidades", o atendimento pericial é
realizado normalmente. "A Central de Atendimento 135 está à disposição
para informar os segurados e realizar os agendamentos e/ou
reagendamentos necessários", acrescentou.
A greve (a mais longa da categoria) foi iniciada no dia 4 de setembro
do ano passado. Mais de 2 milhões de perícias deixaram de ser feitas
desde então, segundo a associação que representa os trabalhadores. O INSS fala em 1,3 milhão.
Até então, apenas cerca de 30% dos peritos estão trabalhando segundo a associação".
Espera por pericia subiu de 20 para 89 dias
Segundo o INSS, o tempo médio de espera para o agendamento da perícia médica, na média nacional, passou de 20 dias, antes do início da greve, para atuais 89 dias.
O órgão informou ainda que calcula que cerca de 830 mil pedidos de
concessão de benefícios estejam represados, à espera da realização de
perícias médicas para o andamento do processo.
O órgão também rebateu e minimizou o anúncio da associação dos médicos
peritos de que será retomado apenas o atendimento àqueles que ainda não
se submeteram à perícia médica inicial. Em nota divulgada na
segunda-feira, a ANMP informou que a categoria permanecerá em estado de
greve, o que significa que será mantido apenas o atendimento essencial,
com prioridade para quem vai fazer a primeira perícia para dar entrada a
algum tipo de benefício.
"Ao contrário do que diz a associação dos médicos peritos quando se
refere ao retorno em 'estado de greve', em que os peritos atenderiam
apenas parte da demanda, o INSS esclarece que a regra de priorização do
atendimento é definida pelo próprio Instituto e está estabelecida nos
seus normativos", diz o instituto, acrescentando que a dúvidas sobre
agendamentos e reagendamentos podem ser esclarecidas pela Central de
Atendimento 135.
G1
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