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quarta-feira, 30 de março de 2016

CRISE: Reajuste no preço de remédios será anunciado amanhã e deve ficar acima da inflação

Pela primeira vez em mais de dez anos, o aumento dos remédios deverá ficar acima da inflação. A crise econômica, a alta do dólar, e a subida do preço da energia elétrica puxaram para cima os custos da indústria farmacêutica, um dos indicadores que entram no cálculo do preço dos produtos farmacêuticos. A Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa) calcula que os medicamentos deverão subir 12,5% nesta quinta-feira, quando o governo federal anuncia o índice oficial de reajuste. Em 2015, a alta média foi de 6,35%, abaixo da inflação de 7,70%. O aumento entrará em vigor nas farmácias já na sexta-feira.

Os remédios têm preços controlados pelo governo, que autoriza anualmente o reajuste com base no IPCA do IBGE. Desde 2005, os índices de aumento ficaram abaixo da inflação. Para este ano, o IPCA entre março de 2015 e fevereiro de 2016 foi de 10,36%. Segundo a Interfarma, além da inflação, são considerados outros fatores. São eles: a produtividade da indústria, a concorrência das classes terapêuticas, além dos fatores econômicos como o câmbio e o aumento da energia elétrica.

“Desta vez, a produtividade da indústria foi negativa. A mão de obra contratada produziu menos que no ano anterior. Assim, os fatores de produtividade acabaram sendo anulados e, com isso, o governo determinou apenas uma faixa de reajuste para todo o setor”, diz a nota da Interfarma. O presidente-executivo da entidade, Antônio Britto, acrescenta que “o cálculo do governo mostra com clareza que até a indústria farmacêutica, normalmente menos prejudicada por crises econômicas, está sendo atingida pelo momento difícil que o Brasil enfrenta”.

Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos de Pernambuco (Sincofarma-PE), Oséas Gomes da Silva, a variação cambial é a grande responsável pela inflação dos medicamentos porque os insumos usados pela indústria são comprados em dólar. “Em geral, as pessoas que usam remédios de uso contínuo se abastecem antes do aumento. Mesmo assim, na primeira semana observamos uma queda nas vendas. Este ano vai ser pior porque a crise já provocou a retração de 5% no movimento das farmácias.”


Em nota, o Ministério da Saúde informa que o ajuste anual do preço máximo dos medicamentos deverá ser divulgado até o dia 31 de março. Acrescenta que a resolução define o índice máximo de aumento, mas a indústria farmacêutica pode aplicar percentual menor. “O índice deste ano ainda não foi publicado, mas, conforme a legislação, levará em consideração critérios técnicos como a produtividade da indústria, a variação de custos dos insumos e a concorrência dentro do setor, além da inflação do período.”

Diário de Pernambuco

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