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sábado, 26 de março de 2016

Fiéis fazem jejum de redes sociais na Bahia durante o período da Quaresma


Vinícius, Alessandra e Élide fizeram jejum durante a Quaresma  (Foto: Arte/G1)Vinícius, Alessandra e Élide fizeram jejum durante a Quaresma (Foto: Arte/G1)

"O sentido do jejum é nós aproximar de Deus. Jesus jejuou para estar em intimidade mais profunda com o Pai. Para mim, o jejum funciona como uma 'ligação' direta com Deus", relata a pedagoga Alessandra Alves, de 38 anos, sobre a experiência de "jejuar" de redes sociais durante a Quaresma. Ela abriu mão dos sites e programas de interatividade virtual para ter mais momentos livres de oração. Assim como Alessandra, o estudante Vinícius Lima e a jornalista Élide Alves também ficaram longe das redes sociais, além do chocolate e bebida álcoolica, durante o período.

Os três fiéis jejuaram durante a Quaresma. Eles começaram na Quarta-Feira de Cinzas, no mês de fevereiro desde ano, e assim permaneceram por 40 dias. O jejum foi concluído neste Sábado de Aleluia (26), um dia antes do Domingo de Páscoa (27).

"O jejum que a igreja pede é uma 'imitação' do jejum que Jesus fez antes de começar sua 'Paixão'. Ele sabia que seria condenado, então foi se preparar para os momentos que viriam [crucificação e morte]. Então, o jejum pode ser concluído na na Quinta-Feira Santa, quando começa o Tríduo Pascal, um tempo solene de três dias que englobam o caminho para o calvário na quinta-feira, a morte na Sexta-Feira Santa, e a ressurreição no Sábado de Aleluia. Mas continuo no mesmo clima de oração, no meu propósito de jejuar até o sábado", relata Alessandra.

Durante a Quaresma, é comum observar os católicos aderindo a esta prática que é recomendada pela igreja como instrumento de santificação da alma, de controle do corpo e equilíbrio emocional.


"O tempo que eu ficava no whastsapp, ou Instagram, por exemplo, está sendo usado para oração. Ao invés de pegar o celular, pego a Bíblia, o terço e uso aquele momento para oração. A finalidade do jejum não é somente para os dias da Quaresma, mas uma experiência para a vida", explica Alessandra. "Quando terminar o período, não significa que vou voltar aos velhos hábitos, ao contrário, agora que sei que não sou escrava das redes sociais, e que eu tenho domínio sobre as minhas escolhas, devo me aprofundar para aumentar ainda mais meu tempo com Jesus. Precisamos ficar mais leves, para abrir o coração à oração e à caridade", acresecnta a pedagoga, que é católica desde a infância.
 
O pároco da Catedral Basílica do Centro Histórico de Salvador, Lázaro Muniz, relata que tem observado jovens com maior adesão ao jejum. Para ele, no período da Quaresma, as pessoas aprendem e absorvem para as próprias vidas, atitudes essenciais para ser feliz, como ser mais capaz de amar e de servir.
"É uma experiência bonita de ver, que a juventude vai se abrindo para algo que parece ser antigo. Quando você faz o jejum, faz um caminho de purificação, desapego, encontro com a própria vida, percebe que não está apegado", explicou.

Compromisso
 
O estudante Vinícius Lima, de 23 anos, católico há quatro anos, também deixou uma das suas redes sociais de lado para se dedicar às orações. Além disso, ele deixou de comer carne durante dois dias na semana. Ele conta que já ouviu de algumas pessoas que o ato de jejuar é um sacríficio, mas relata que é uma forma de fortalecer os laços entre a igreja e Jesus.

"É um ato de amor [jejuar]. Eu não estou comendo carne nas quartas e sextas-feiras, só peixe. Meu Facebook está desativado, foi uma forma que encontrei de não fazer só o jejum de comida. Eu falava comigo mesmo que não conseguiria ficar sem redes sociais, mas vi que se a gente tem um propósito, a gente consegue alcançá-lo. Saí da linha do vício, tenho um próprosito com Deus e estou conseguindo cumprir", relata.

A jornalista Élide Alves, de 31 anos, também está em período de jejum durante a Quaresma deste ano. Ela já é adepta da prática há quatro anos e é católica desde criança. Élide abriu mão do chocolate e bebida alcoólica. Para ela, deixar de comer chocolate foi o ato mais difícil e, nos momentos em que surgia a vontade de consumir o doce, ela conta que rezava.

"Quando vinha aquela lembrança do chocolate eu dizia: 'Deus me dê forças'. Os desejos não podem te dominar mais do que seu comportamento de querer dizer não a determinadas coisas", explica.

Élide também conta que apesar de fazer o jejum, nesse momento de viver em conexão com o lado espiritual, a caridade é algo que também deve ser exercitado pelos cristão. "Somos convidados a viver o jejum, a caridade e a oração. São três comportamentos que devemos ter nesse momento. É interessante pensar na caridade, se doar ao próximo. A questão da oração é um momento importante, mas tudo está intercalado nesse período de Quaresma, e que isso seja um ato que não acabe em 40 dias. Devemos dar o melhor de nós a cada dia mais", relata.

Globo

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