Funcionários da Fiat em Betim, Minas Gerais, entram nesta quarta-feira (27) em férias coletivas. Esta é a segunda vez que os trabalhadores precisam se afastar, medida que deve evitar estoques altos não só nos pátios da fábrica, mas também nas revendedoras.
O pátio da montadora está cheinho, mas a partir de quarta-feira (27), operários de três das quatro linhas de montagem vão entrar em férias coletivas.
O pé no freio na produção não é só em Minas, tem fábrica que aderiu ao layoff ou reduziu a jornada de trabalho e salários, tudo para adequar a demanda ao mercado.
O aposentado Antônio Moura foi comprar um modelo médio, mas quando viu um carro de luxo 2015 com 10% de desconto, não teve dúvidas. “Uau, R$ 6 mil de desconto é um dinheirão. É mais do que uma moto”, disse.
Com esses atrativos, até o próximo sábado (30), a concessionária espera vender 170 carros zero. É uma corrida contra o tempo para virar o mês e acabar com o estoque dos modelos fabricados no ano passado. Além dos descontos, o cliente pode financiar sem juros, ganhar emplacamento e até sair com o IPVA pago.
O diretor de um grupo que reúne várias concessionárias e um banco financiador de veículos, Humberto Pentagna Guimarães, explica que a dificuldade de acesso ao crédito, o medo de perder o emprego e os reajustes espantaram o consumidor. As concessionárias no país entraram em janeiro com um estoque médio de veículos de 50 dias de venda, o dobro do ideal, segundo a Fenabrave. E carro parado no depósito não é um bom sinal.
“Você começa a pagar juros para a montadora e esse custo é um custo elevado. Por isso, as concessionárias estão comprando menos, adequando à nova realidade do mercado”.
Uma outra concessionária está segurando o reajuste da montadora e os preços ainda são de 2015.
“A gente pretende zerar o estoque pelo menos dentro de 20, 30 dias próximos”, diz Cláudio Garcia, supervisor de vendas de veículos novos.
G1
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