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segunda-feira, 23 de maio de 2016

Expedição alcança o extremo norte dos Abrolhos

Chegamos hoje ao nosso ponto mais ao norte da expedição “Abrolhos – Terra e Mar”. Ao atravessarmos o rio Jequitinhonha de Belmonte rumo a Canavieiras, alcançamos esta outra foz que marca o topo da chamada Região dos Abrolhos, que tem seu extremo sul na foz do rio Doce, onde demos início a esta empreitada que já somam 23 dias.

Em Belmonte a equipe teve que se separar novamente e pela última vez. Forner ficou a manhã em Belmonte documentando algumas tradições locais, como a produção do pó de camarão e de redes para tubarão, enquanto Jaime, Pedro e eu atravessamos de voadeira os manguezais do estuário até chegar a Canavieiras, onde exploraremos por dois dias. Nossa manhã começou pela habilidosa travessia de um manguezal ao estilo Tim Burton, belo e misterioso, até chegarmos à praia da areia negra. Os locais garantem que ela possui elementos medicinais. Não hesitamos e já nos pintamos com aquela lama, lembrando o clipe de Maracatu Atômico, um dos mais emblemáticos de Chico Science.

Em Canavieiras fomos conhecer o trabalho de Almir Glória, um dos últimos pescadores artesanais que dominam a arte da construção de jangadas. Vimos que é uma tradição que tem seus dias contados. Por um lado, a madeira porosa que flutua com facilidade é protegida por lei e não pode ser retirada dos brejos onde é encontrada. Por outro, os jovens locais, com os mais variados atrativos do mundo moderno, aparentemente não mostram mais interesse em aprender este tipo de coisa. “Aprendi com meu avô. Somos poucos atualmente que sabemos produzir as jangadas tradicionais nesta costa que vai até Ilhéus. Tenho uma filha, que sei que não terá interesse de aprender. Mas isso é geral com toda esta juventude que tem atração por outras atividades. Acredito sim que esta tradição está com os seus dias contados”, comentou Almir, morador da Vila de Atalaia, onde há três jangadas usadas para a pesca na arrebentação. “Este tipo de embarcação ganha pela praticidade, podendo entrar e sair do mar com facilidade mais de uma vez por dia, diferente dos barcos que são usados com mais equipamentos e pessoas”, concluiu.


Ao fim da tarde, antes do reencontro com nosso fotógrafo que veio de carro pela estrada, registramos o fim de tarde à beira do rio Pardo. Nesta segunda o dia será intenso com a visita a comunidades tradicionais e projetos sustentáveis por aqui, antes de dar meia-volta e seguir ao sul em direção às nossas casas, parando no caminho durante alguns dias para documentar pontos que estão no nosso roteiro de volta.

Oglobo

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